Capítulo 45- "Eu não fico bem em ver esse sorriso triste no rosto de vocês..."

Quando nossos pratos chegaram, jantamos com as palhaçadas da Bia e do meu pai, demos várias risadas- também, com esses dois juntos, impossível não rir- pedimos sobremesa, e como sempre meu pai pagou tudo. Avisei eles que iria dar uma passadinha na padaria com a Bia e pedi pra eles irem pra casa, coloquei o endereço no GPS pra eles e me despedi, entrei no carro, dei uma certificada na cadeirinha da Lívia, e a Bia deu partida. Fomos o caminho todo conversando, a maluquinha estacionou perto do Palácio, ela ficou no carro e eu desci, entrei na padaria, e em comparação aos outros dias estava bem vazia, e por conta do horário também, pedi os sonhos da Gabi, um pedaço de bolo de chocolate recheado com brigadeiro, pão de queijo, bolo de laranja que o Júnior adora, e uns pãozinhos, peguei o potinho de sorvete Blast-Kibon e um suco de laranja, fui pro caixa, paguei tudo e voltei pro carro, coloquei as coisas no banco de trás e entrei na frente, no caminho de volta fomos ouvindo Justin Timbarlake, a Bia estacionou o carro na vaga dela, descemos, dei as sacolas pra ela e peguei a Lívia.

Bia: Hum, antes que eu me esqueça, vou pro Brasil semana que vem
Isa: Fazer o que ?
Bia: Meu pai não está bem de saúde.
Isa: O que ele tem?
Bia: Ainda não sabe, exatamente, precisa fazer uns exames, mas tudo indica que é problema no coração e ele vai ter que fazer uma cirurgia
Isa: Meu Deus, Bia, e faz tempo isso ?
Bia: Tempo suficiente pra chegar nesse estado, eles me contaram na semana retrasada
Isa: Vai ficar tudo bem, vou pedir pra minha avó orar por ele, e eu também vou orar.
Bia: Obrigada amiga- sorriu, e só ai fui perceber que seu sorriso estava triste. Caramba, que amiga ruim eu sou! Gabriela briga com o Gil, fica triste e eu nem percebo, a Bia com problemas na família e eu também não percebo, o que ta acontecendo comigo ? Eu nunca fui assim, sempre coloquei a felicidade delas acima da minha, assim como elas colocavam a minha, sempre estiveram ao meu lado, nos momentos tristes colocando um sorriso no meu rosto, e nos momentos felizes sorrindo comigo. Chegamos no nosso andar, saímos do elevador, a Bia abriu a porta e entramos, assim que a Gabi nos viu levantou e veio na nossa direção-
Gabi: Meu filho já estava nascendo com cara de sonho e sorvete aqui
Bia: Nossa que exagerada- rimos, dei a Lívia pra Bia, peguei as sacolas e fui pra cozinha, guardei minhas coisas na geladeira e voltei pra sala-
Gabi: Nossa, isso aqui ta uma delicia- falou de boca cheia e nós rimos-
Isa: Eu devo um pedido de desculpa a vocês
Bia: Por que ?- as duas me olharam sem entender nada-
Isa: Vocês duas sofrendo, cada uma com o seu problema, e eu aqui, pensando apenas em mim e nem reparei que vocês estavam tristes.
Gabi: Isa, a guarda da Lívia era muito importante pra você, você ficou nervosa, e não tem nada disso, você sempre esteve com a gente...
Bia: Nunca nos abandonou! Para com isso, nós ficamos melhor só por te ver sorrir.
Isa: E eu não fico bem em ver esse sorriso triste nos rostos de vocês- fui até as duas- Eu prometo que o que eu puder fazer pra ver vocês felizes eu vou fazer.- elas sorriam e eu puxei as duas pra um abraço-
Bia: Ta, chega dessa melação- me empurrou e eu ri-
Gabi: Beatriz, doce como um limão
Bia: Fofinha- sorriu cínica- Me da um pouco desse sorvete ai
Gabi: Não, só meu- gargalhei-
Bia: Tomara que fique gorda
Gabi: Sua praga não pega em mim- mandou beijos e riu, ficamos conversando um pouquinho, a Gabi terminou de comer as suas besteirinhas e se rendeu ao cansaço, ainda fiquei mais um tempinho com a Bia, mas ela também estava cansada e preocupada com o pai, liguei a TV e fiquei rodando os canais, mas como não encontrei nada de bom fui pro meu quarto, coloquei a Lívia em cima da minha cama, peguei meu pijama e me troquei, fui até o quarto dela, peguei uma fralda, o lenço umedecido, a pomada contra assadura e voltei pro meu quarto, minha pequena estava quietinha com os olhinhos abertos, a coisa mais linda, vontade de morder! Tirei sua sainha, desabotoei seu body e levantei pra cima, tirei sua fralda, limpei-a, passei a pomada e coloquei a outra fralda, fechei o body e coloquei ela no cantinho da cama, joguei a fralda suja no lixo e deixei as coisinhas dela no criado mudo ao lado da cama, fiquei observando minha pequena um bom tempo, cada cantinho do rostinho dela-
Isa: Com quem será que você parece ? Com a mamãe ou com o papai ?- sorri, mas tirei o sorriso do rosto no mesmo instante, como alguém consegue abandonar um ser totalmente dependente de nós ? Eu ainda não consigo acreditar que a mãe biológica da Lívia teve capacidade de fazer isso, e o meu maior medo é essa mulher ou homem né, aparecer e querer tomar a minha filha de mim, agora ela é minha perante a lei, só falta registra-lá, mas isso vou deixar pra fazer no Brasil.- Espero que a sua mãe não venha atrás de você, ou eu... enlouqueceria- passei a mão pelo rostinho dela e a mesma sorriu, ficou brincando com as mãozinhas e eu apenas observando. Depois de um tempinho, finalmente ela pegou no sono, eu ainda fiquei enrolando pois estava sem sono algum, mas nem vi a hora que dormi... Acordei com o choro da Lívia no meu ouvido, melhor forma de começar um dia   abri os olhos com uma certa dificuldade, consequências do horário que eu dormi. Me sentei na cama, fiz um coque no cabelo e peguei a Lívia no colo- Bom dia, vamos tomar banho ?- dei um beijinho nela, levantei, saí do meu quarto e fui pro quarto dela, coloquei-a dentro do berço e fui pro banheiro encher sua banheira, coloquei o termômetro ali dentro e voltei pro quarto, tirei a roupinha e a fralda dela e voltei pro banheiro, coloquei-a dentro da banheira e ela intensificou o choro, dei um banho rápido nela, porque não estava afim de ficar ouvindo o chorinho dela, pois minha cabeça estava explodindo, sintomas da TPM e da hora que fui dormir. Enrolei-a na toalha, coloquei-a no trocador e a sequei, passei a pomada contra assadura, vesti sua fralda e coloquei-a em cima da cama pra escolher uma roupa, peguei um body rosa com listras brancas e uma meinha, antes de vesti-la, tirei uma foto dela, vesti o body, penteei seu cabelo, passei um pouco de perfume e desisti de colocar a meia, pois ela ia ficar com calor. Estendi a toalha dela no banheiro, peguei minha pequena e voltei pro meu quarto, deixei-a na cama com vários travesseiros em volta e fui pro banheiro, fiz minhas higienes pessoais e enquanto isso fiquei mexendo no celular.
isabela: Bom dia, mamãe!!! Tira essa toalha de mim   
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Deixei o celular em cima da pia e entrei no box, liguei o chuveiro e tomei um banho moderado, saí, me sequei, enrolei a toalha no corpo e voltei pro quarto, vesti minhas peças intimas, peguei a roupa que eu havia separado, e vesti, calcei meu salto, peguei minha bolsa e depois a Lívia, passei no quarto dela pra pegar sua bolsinha, deixei na sala e fui pra cozinha, onde as meninas estavam.

Isa: Bom dia- dei um beijo nelas, coloquei a Lívia no bebê conforto, puxei uma cadeira e coloquei-a ao lado da minha-

Bia: Adiantei minha viagem, vou hoje a tarde ok ?!

Gabi: Ele piorou ?

Bia: Não, só quero ficar pertinho dele- sorriu, o mesmo sorriso triste de ontem- Então caso eu não veja vocês hoje a tarde, fica o meu até já

Gabi: Nossa, quanto drama

Bia: Verdade, vou parar com isso- riu- Porque to dando pulos de alegrias que não vou ter que olhar pra cara de vocês, só vou sentir saudades da Lili- se esticou e fez um carinho na bochecha dela-

Isa: Até parece- rimos, tomamos nosso café falando de coisas diversificadas, tentei ao máximo fazer as duas sorrirem, não ficarem pensando em coisas que não seja necessária agora, esquentei o mama da Lívia, dei pra ela, assim que ela terminou, coloquei-a pra arrotar, limpei a boquinha dela e deixei ela com a Gabi, escovei os dentes rapidinho, peguei nossas coisas no sofá e voltei pra cozinha- To indo, qualquer coisa liguem ou mandem mensagem- olhei pras duas que assentiram e sorriram, peguei o bebê conforto e passei pela sala, onde minha mãe estava-

Deborah: Bom dia, filha

Isa: Bom dia, acordou cedo porque ?

Deborah: Perdi o sono- sorriu, dei um beijo nela, ela deu um beijo na Lívia e depois eu saí, chamei o elevador, ele parou e eu entrei, apertei o botão da garagem e desci, saí e fui em direção ao meu carro, desalarmei, coloquei a Lívia no banco de trás, passei o cinto pelo bebê conforto e fechei a porta, entrei no meu lugar, dei partida e saí do condomínio, arranquei pelas ruas de Madrid e fui pra empresa. Como de praxe a empresa ainda estava fechada, pois era muito cedo, estacionei no meio fio, peguei as duas bolsas, dei a volta e peguei a Lívia, alarmei o carro e atravessei a rua, destranquei a porta e entrei, fui direto pra minha sala, acendi as luzes e fui pra minha mesa, coloquei a Lívia ao meu lado e liguei o note, abri meus projetos e fiquei dando uma olhada em cada um, terminei a decoração de uma casa, que as meninas já tinham começado, arquivei o projeto e mandei pro email do cliente, chequei meus emails, li todos os elogios, recebi mais projetos e confirmei duas reuniões. Procurei algumas novidades sobre decoração na internet, sobre o que está em alta e tive algumas ideias para o projeto novo que vou conversar com as meninas.-
Thais: Bom dia! Ta ai faz muito tempo ?
Isa: Um pouquinho, terminei a decoração da casa do seo Arnaldo, e já pensei naquele consultório médico de pediatria.
Thais: Nossa, que eficiente- riu- Oi princesa- mexeu na mãozinha da Lívia- Ela ta a cada dia mais linda
Isa: E mais esperta!- sorri- A Mari não vem hoje ?
Thais: Não, ta de folga!
Isa: Ok, então vamos lá! Vou te falar minha ideia e vamos ajustando
Thais: Ok chefa- sorri-
Isa: Pensei em colocar na sala de espera uma cama que puxa gavetas embaixo, para guardar os brinquedos, e ai nós colocaríamos umas almofadas por toda a cama, e ela viraria um sofá, certo ?- ela assentiu- Se colocássemos uma casinha de brinquedos e uma piscina de bolinhas pequena ficaria muita coisa ?
Thais: Acho que não, até porque faria as crianças se sentirem a vontade
Isa: Foi o que pensei- rimos- Do lado da cama, colocaríamos alguns puffs coloridos e uma televisão na frente, os brinquedos ficariam nas gavetas da cama e se os médicos aprovarem, pensei também, em algumas guloseimas pra depois da consulta, ai a secretária ficaria responsável por isso.
Thais: Adorei! Acho que se colocássemos alguns puffs em formato de bola e os outros redondos em tons de rosa, ficaria legal, e em vez da casinha de brinquedos, algumas mesinhas pra eles desenharem, porque acho que aproveitariam mais e iriam interagir mais.
Isa: Tem razão! Vamos começar a fazer então, senta mais pra cá que fazemos juntas- ela puxou sua cadeira pro lado da minha, peguei uma folha bem grande e coloquei em cima da mesa, peguei o lápis 6B, e enquanto a Thais ia me dando algumas coordenadas, eu ia desenhando, uma hora ou outra eu parava pra ver a Lívia, que dormia serenamente, continuamos nosso serviço e só paramos quando fomos interrompidas pelo João-
João: Olá minhas designs- olhamos pra ele e sorrimos-
Isa: Olá patrão- ele deu um beijo em mim, um na Thais e outro na Lívia-
João: Ela ta grande em- olhou pra minha pequena e eu sorri-
Isa: Ta crescendo- ri-
João: O que vocês estão fazendo ?
Thais: O projeto do consultório, temos que entregar até o fim dessa semana!
João: Entendi! Hoje temos duas reuniões né ?!
Isa: Sim, já confirmei as duas! Uma, os clientes virão até aqui e a outra nós vamos até eles.
João: Ok, onde é essa outra ?
Isa: É um restaurante que perto da minha casa, ele está fechado pra reforma e quer mudar todo o design do ambiente
João: Ok, quando estiver na hora me avisem- assentimos- Podíamos almoçar juntos hoje
Thais: Por mim, tudo bem!
Isa: Por mim, também.
João: E você Lívia, aceita ?- mexeu na mãozinha dela, e riu- To indo pra minha sala, qualquer coisa me chamem.
Thais: Pode deixar- ele saiu da sala e nós voltamos ao nossos trabalhos, a Thais pediu o lápis, pois tinha uma ideia pra mesinha de desenhos, fiquei observando os traços que ela fazia e depois de uma manhã inteira só dedicada nisso, terminamos nosso projeto- Está bom né ?!
Isa: Pra mim está ótimo.
Thais: Só precisa de uma corzinha, mas vamos mostrar ao proprietário primeiro e perguntamos se ele tem preferencias pra cor.
Isa: Ok! Será que o João já quer ir almoçar ? Estou morrendo de fome- ri-
Thais: O pior que eu também to- rimos- Vou lá ver com ele.
Isa: Ok, enquanto isso dou mama pra Lívia- ela assentiu, peguei a bolsinha da Lívia, tirei sua mamadeira ali de dentro, fui pra salinha onde os demais funcionários faziam suas refeições, esquentei um pouquinho de água, coloquei o pozinho do leite ali dentro e voltei pra minha sala chacoalhando a mamadeira, deixei-a em cima da mesa, e peguei minha filha com cuidado, sentei na cadeira e aos poucos ela foi abrindo os olhinhos- Oi meu amor- sorri, peguei a mamadeira, coloquei em sua boquinha e ela começou a sugar, mas estava com uma preguicinha tão gostosa que as vezes parava e eu tinha que estimular sua boquinha. O João e a Thais entraram na sala e ficaram conversando comigo enquanto ela terminava de mamar, coloquei-a pra arrotar, e guardei suas coisinhas, a Thais pediu pra leva-la e claro que eu deixei, peguei o bebê conforto, minha bolsa e a bolsinha dela e saímos da sala, cumprimentamos a Renata- secretária-, chamamos ela pra almoçar, mas ela falou que ficaria por ali mesmo, saímos da empresa, atravessamos a rua e íamos no meu carro mesmo, coloquei a Lívia na cadeirinha, entrei no banco do motorista, o João no do carona e a Thais no de passageiro, junto com a Lívia, dei partida no carro e arranquei, fomos em um restaurante ali perto mesmo, estacionei uma rua pra cima, descemos, a Tha desceu com a Lili, alarmei o carro e fomos caminhando pro restaurante, o garçom nos acompanhou até uma mesa, nos sentamos, coloquei a Lívia no bebê conforto pra Thais ficar mais à vontade, fiquei olhando o cardápio, e optei por filé de tilápia e um suco de laranja, eles fizeram os pedidos e ficamos conversando (...) Depois do nosso almoço, voltamos pra empresa, concluímos a primeira reunião com sucesso, os clientes adoraram os projetos, e como os desenhos eram todos da Mari, demos todos os méritos a ela que não estava presente, explicamos algumas coisas pra eles, e fechamos contrato. Ainda tínhamos um tempinho antes da reunião no restaurante, então como não falava com o Júnior desde ontem, resolvi ligar pra ele, que atendeu no terceiro toque-

-inicio-
Júnior: Oi amor- falou com a voz rouca, acho que acordei-o!-
Isa: Estava dormindo ?
Júnior: Aham- riu- Onde você ta ?
Isa: Trabalhando, a Lívia ta aqui comigo- olhei pra ela e sorri-
Júnior: To com saudade
Isa: Eu também, como é que eu vou fazer sem você até sexta que vem ?
Júnior: Vamos ter que dar um jeito- riu- Não vai mesmo pra Miami ?
Isa: Não, amor, to com muita coisa pra fazer na empresa, e tem a Lívia também, não quero ficar levando ela em estádio.
Júnior: Ok, mas assisti o jogo
Isa: Da seleção eu assisto, do Barcelona não te garanto nada- ri-
Júnior: Você e sua implicância com o Barça
Isa: Não gosto desse timeco, e pronto! Se você tivesse vindo pro Real, taria mais perto de mim...
Júnior: Timeco nada ou, e por esse lado, eu não pensei...
Isa: Porque é um burro!
Júnior: Não, porque eu não sabia que você iria aparecer na minha vida de novo
Isa: Isso foi bom ou foi ruim ?
Júnior: Você ter aparecido na minha vida ?
Isa: É ?
Júnior: Foi maravilhoso, você sabe disso- riu- Me deu os maiores presentes da minha vida, o Rafael, o Lucas e a Lívia- sorri.-Rafael e Lucas, são os bebês que ela perdeu-
Isa: Eu te amo, muito
Júnior: Muito mesmo ?
Isa: Do tamanho do mundo, ou maior que isso- ri-
Júnior: Também te amo, amor, e não vejo a hora de casar logo
Isa: Ah meu pai, to vendo que se eu não casar logo, uma pessoa não vai parar de me encher
Júnior: Ainda bem que você sabe, quero logo você só pra mim
Isa: Eu já sou só sua, mas eu sei que você quer uma vida de marido e mulher- ele riu- Mas só uma coisa, você prefere casa ou apartamento ?
Júnior: Estando ao seu lado, moro até em uma caverna- gargalhei-
Isa: Deus me livre, Júnior- rimos- Mas eu prefiro apartamento
Júnior: Compramos um apartamento, uma cobertura pode ser ?
Isa: Por mim...
Júnior: Quer uma casa bem grande, pra ver nossos filhos correndo pra lá e pra cá
Isa: To começando achar que prefiro casa, não tem elevador pra subir andares e andares- ele riu-
Júnior: Eu também!
Isa: Mas depois vemos isso
Júnior: É, depois...
Isa: Amor, vou desligar porque tenho uma reunião agora
Júnior: Ok, vou voltar a dormir- rimos- Da um beijo na Lívia, e um beijo em você
Isa: Pode deixar, amor, beijos
Júnior: Beijo
-término-

Bloqueei a tela do celular assim que encerrei a chamada, coloquei-o dentro da bolsa e peguei a Lívia, segui pra entrada da empresa e a Thais e o João estavam lá me esperando, saímos, e dessa vez fomos no carro do João, fui atrás com a Lívia, expliquei o caminho pro João e chegamos rapidinho, ele estacionou no meio fio, descemos, e o dono do restaurante estava nos esperando na porta, cumprimentamos ele e o mesmo foi nos mostrar o ambiente do restaurante. Era uma restaurante com comida tipica da Espanha, observei cada cantinho e até tive algumas ideias, conversamos bastante com o senhor Gerardo, ele nos disse que queria algo diferente dos outros restaurantes com comidas tipicas do país, que chamasse a atenção da clientela, eu e a Thais ficamos conversando sobre algumas coisas, e tivemos algumas ideias também, claro que depois teríamos que trazer a Mari aqui, porque as ideias dela são ótimas, o único local que não iriamos mexer era a cozinha, conhecemos o escritório do chefe, os banheiros e o local de espera pela mesa. Depois de tudo esclarecido, marcamos outra reunião pra daqui duas semanas, nos despedimos dele e saímos, voltamos pra empresa e o nosso expediente já tinha terminado, só entrei pra pegar minhas coisas e saí logo em seguida, pois estava atrasada pra consulta da Gabi, entrei no carro e voei pra casa. Estacionei na minha vaga, peguei a Lívia e subi, abri a porta de casa e vi o casal trocando alguns carinhos.

Isa: Olá, acabou a pegação porque tem uma criança na sala.
Gil: Como se ela entendesse alguma coisa- riu-
Isa: Entende, entende muita coisa- mostrei a língua- Não vou precisar ir né ?!
Gabi: Não, a não ser que você queira
Isa: Acho melhor não, é um momento de vocês, e eu to cansada! Tenho que dar um banho na Lívia, o leitinho, e colocar ela pra descansar já que ficou o dia todo fora.
Gabi: Ok, você que sabe! Seus pais e sua avó foram pra Barcelona, vão jantar com a tia Nadine e  tio Neymar, e acho que vão passar a noite lá
Isa: Ok
Gil: E nós depois da consulta vamos esticar a nossa noite
Isa: E eu aqui...- ri-
Gabi: Quer ir com a gente ?
Isa: Claro que não
Gil: Que bom- gargalhou e a Gabi deu um tapa nele-
Isa: Agora eu vou- ri- Zoeira, to muito cansada também, só quero minha cama. Que horas era o voo da Bia ?
Gabi: Acho que 15:40
Isa: Então ela chega lá as seis da manhã
Gil: No horário de lá né ?!- assenti- Bom, estamos indo, estávamos apenas te esperando
Isa: Ok, boa sorte, e me manda foto do ultrassom- olhei pra Gabi e ela assentiu, dei um beijo neles e eles saíram- Sozinhas, meu amor- olhei pra Lívia- Vamos tomar banho ?- sorri, peguei nossas coisas e fui pro quarto dela, deixei em cima da cama, coloquei-a no trocador, tirei sua roupinha e levei-a pro banheiro, como tinha esquecido de encher a banheira fiz tudo muito rapidinho, coloquei a Lívia na banheira, dei um banho gostoso e rápido nela, enrolei-a na toalha e voltamos pro quarto, enxuguei-a, passei a pomada contra assadura e coloquei a fralda, como estava calor, deixei ela só de fralda mesmo, coloquei-a no berço e ela ficou brincando com os bichinhos de pelúcia, liguei a babá eletrônica, peguei minha bolsa e fui pro meu quarto, joguei em cima da cama, peguei um pijama no guarda roupa e fui pro banheiro, me despi, e entrei no box. Perdi a conta de quanto tempo fiquei debaixo do chuveiro só deixando a água cair pelo meu corpo, terminei meu banho, saí, me sequei e enrolei a toalha no corpo. Vesti minhas peças intimas, passei meu hidratante, e vesti meu pijama, saí do quarto e dei uma passada no da Lívia pra ver se ela estava dormindo, e estava, como um anjo. Acendi a luz do abajur e apaguei a do quarto, saí e fui pra cozinha, abri a geladeira e tinha bolo de iogurte, dona Ana como sempre querendo me deixar uma bolinha, peguei um pedaço e fiz um copo de leite com chocolate, comi e tomei tudo, lavei o que sujei e fui pra sala, liguei a TV e olhei as horas, melhor eu ficar aqui do que ir pro quarto, porque preciso ligar pra Bia.


-Bia on-

Aterrissei no aeroporto de Guarulhos, eram quase oito horas da manhã, meu voo teve alguns problemas e então atrasou, fiz o check out, peguei minhas malas e fui pra frente do aeroporto, fiquei esperando um táxi e assim que um apareceu, entrei, pedi pra ir pra Santos e quando estivéssemos chegando, eu dava o endereço. Conectei o fone de ouvido no celular, e fui o caminho inteiro ouvindo o amor da minha vida, vulgo, Justin Timbarlake. Assim que avistei a entrada de Santos, passei o endereço pro moço, e fui mais quinze minutos ouvindo o Justin. Chegamos em frente ao meu prédio, paguei ele pela corrida, que pra mim ficou um absurdo de caro, cumprimentei o porteiro, entrei pelo hall e fui em direção ao elevador, chamei o mesmo e logo ele desceu, entrei e apertei o botão do 6º andar, assim que ele parou, saí, procurei minha chave na bolsa, mas não achei, então toquei a campainha, tive que tocar mais duas vezes, porque ninguém vinha atender, a porta abriu e eu vi a linda cara amassada do meu irmão.

Vinicius: Porra Beatriz, não tinha outra hora pra chegar não ?
Bia: Amor, quanto mais tempo eu passar com o meu pai melhor- deixei minhas malas perto do sofá- Cade a mãe ?
Vinicius: Deve ter ido no hospital
Bia: Ô filho bom você, hein- peguei minhas coisas e fui pro meu antigo quarto, deixei as malas do jeito que estavam e me joguei na cama, disquei o número da minha mãe, mas não atendeu, liguei mais quatro vezes e nada, ouvi a batida da porta e levantei, fui pra sala e encontrei minha mãe sentada no sofá com as mãos no rosto- Mãe ?
Cecília: Filha- me olhou surpresa,enxugou as lágrimas- Chegou faz muito tempo ?
Bia: Não, uns vinte minutos. Aconteceu alguma coisa ?
Cecília: Nada, meu amor- veio até mim e me abraçou bem apertado, ouvi seus soluços, e até tentei segurar as lágrimas, mas não consegui-
Bia: Mãe, o que aconteceu ?
Cecília: É que...
Bia: O que mãe ? Você está me deixando nervosa- desfizemos o abraço-
Cecília: Seu pai precisa fazer um transplante cardíaco pra sobreviver- bastou ela dizer isso pro meu mundo desmoronar, ele precisava de um coração novo pra continuar no meu mundo, e eu não podia fazer absolutamente nada, isso não pode estar acontecendo-
Bia: E qual a probabilidade de achar um doador ?
Cecília: São bastantes, o sangue dele é A positivo, o médico disse que é mais fácil
Bia: Mas já estão procurando ?
Cecília: O nome dele já está lista
Bia: E demora muito ?
Cecília: Um pouco- realmente, tem coisas na vida que você não ta esperando e elas simplesmente desmoronam na sua frente, e você não pode fazer nada, nesse caso eu e nem ninguém podemos fazer absolutamente nada-
Bia: Ele pode receber visita ?- ela assentiu- Em que hospital ele ta ?
Cecília: No Instituto do Coração, o Incor, quer que eu te leve ?
Bia: Não, vai descansar, eu pego um táxi
Cecília: Vai com o carro do seu irmão- assenti, fui pro meu quarto, abri minha mala e peguei a primeira peça de roupa que vi na frente, deixei em cima da cama e fui pro banheiro. Tomei um banho rápido, me sequei e voltei pro quarto, vesti minhas peças intimas e vesti a roupa que tinha separado, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo, passei meu perfume, peguei minha bolsa e meu celular, vi que tinha cinco chamadas perdidas da Isa, mas depois eu retorno, agora eu só preciso ir ver meu pai, saí do meu quarto e fui pro do Vini-
Bia: Vini, me empresta seu carro ?
Vinicius: Ta indo ver o pai ?- assenti- To indo lá também
Bia: Então vai logo- ele pegou a chave do carro e o celular, saímos do quarto dele e fomos pra sala, minha mãe já não estava mais ali, saímos do apê e ficamos esperando o elevador-
Vinicius: A mãe disse alguma coisa ?
Bia: O pai precisa de um transplante de coração
Vinicius: Ah não, se ta de brincadeira ? Não acredito nisso, cara- olhei pro mesmo e seus olhos estavam cheio de lágrimas, entramos no elevador e assim que as portas se fecharam, nos abraçamos-
Bia: Vai ficar tudo bem, caçulinha- duas lágrimas escorreram pelo meu rosto, desfizemos o abraço e eu as limpei-
Vinicius: A gente sabe que não vai!- não falei mais nada, porque ele tinha razão, o coração poderia demorar pra chegar e ser tarde demais pro meu pai, ou simplesmente, o organismo não aceitar o coração dele. Não gosto nem de pensar na hipótese de perde-lo, mas isso é uma coisa que já temos que ir pensando, porque pode não dar certo, mas eu tenho fé em Deus e sei que a força do meu pai em continuar vivo é maior do que o seu problema, ele vai dar a volta por cima e daqui alguns meses vai estar com a gente, brincando, rindo, como tudo era antes. Saímos do elevador e fomos pro carro dele, ele desalarmou as portas e entramos, o mesmo deu partida e fomos o caminho todo em silêncio, ele estacionou em frente o hospital, desci o mais rápido que consegui e entrei-
Bia: Oi, eu vim ver o paciente Dejair Marinho
Recepcionista: Só um momento- ela ficou mexendo no computador, o Vinicius apareceu do meu lado- São vocês dois ?
Bia: Sim- ela liberou dois cartãozinhos e nos deu-
Recepcionista: Vocês vão ter que colocar isso- nos deu duas máscara- É no andar décimo primeiro, quarto 1117- pegamos a máscara e agradecemos, chamamos o elevador, ele parou e dele saíram várias pessoas, esperamos esvaziar e entramos, apertei o botão do décimo primeiro andar e fomos subindo de pouquinho em pouquinho já que tinha bastante gente no elevador, paramos no "nosso" andar e saímos, procuramos pelo quarto do meu pai e assim que achamos entramos, ele estava dormindo, como era de se esperar, coloquei a máscara e me aproximei dele, fiz um carinho no seu rosto, e as lágrimas vieram a tona. Não conseguia dizer nada, e nem queria, porque se não iria acorda-lo, e nesse momento só quero que ele descanse bastante, acariciei sua mão e dei um beijo na mesma. Ouvi a porta do quarto dele sendo aberta e olhei pra trás, vi duas moças de branco e um homem que aparentava ter seus 40 anos-
Enfermeira: Bom dia, vocês são parentes dele ?
Vinicius: Filhos
Doutor: Ah que bom que estão aqui, gostaria mesmo de conversar com alguém da família, a não ser a esposa do Dejair- olhei pra ele- Podem me acompanhar ?- olhei pro Vinicius e o mesmo assentiu, tirei a mascara e saímos dali, seguimos o médico até seu consultório e nos sentamos- Acho que vocês já sabem que o pai de vocês precisa de um transplante pra sobreviver né ?
Bia: Sim!
Doutor: O tipo sanguíneo dele, é o tipo A positivo, é o mais fácil de se encontrar, ele e o tipo B, estamos consultando todos os bancos de doação pra ver se achamos, mas está muito difícil, estamos em falta com todos os tipos sanguíneos, já colocamos o nome do Dejair na lista dos doadores internacionais, e estamos aguardando qualquer tipo de resultado.
Bia: Mas e se demorar pra achar o tipo sanguíneo dele, o que acontece ?
Doutor: Estamos controlando o coração dele com remédios, mas não sabemos até quando os remédios darão conta. Eu já expliquei pra mãe de vocês, mas vou explicar pra vocês qual a cirurgia nós optamos para o Dejair. Têm dois tipos de cirurgias que podem ser feitas, eu e a minha equipe, optamos pela bicaval, que é a cirurgia onde fica menos material no organismo do coração antigo, permanece apenas um pedacinho do átrio esquerdo que é conectado ao novo órgão implantado. A chances do organismo aceitar o coração é de 80% no primeiro ano, e de 50% nos próximos dez anos ou mais se o paciente sobreviver.
Vinicius: E isso é seguro ? Mais pra frente ele não vai ter nenhuma restrição ?
Doutor: Restrição sempre tem, e seguro não é, mas é o que dá pra fazer. O organismo pode rejeitar o coração e nós teremos que fazer uma cirurgia as pressas e buscar outro coração
Bia: E como nós vamos saber se o coração foi rejeitado ?
Doutor: A rejeição pode causar febre, fraqueza e batimento cardíaco rápido ou algum outro tipo de anormalidade no ritmo cardíaco. Quando fraca pode não causar sintomas mas o eletrocardiograma pode mostrar alterações sugestivas. Se algum médico ou enfermeiro suspeitar de rejeição, o paciente é submetido à biópsia do coração. Um fragmento do músculo cardíaco é retirado e microscopicamente analisado para encontrar ou não sinais de inflamatória compatíveis com rejeição.
Bia: E as chances disso acontecer são altas ?
Doutor: Olha, não são altas e nem baixas, estão na médica. Mas se ele fizer o pós operatório correto, dará tudo certo. No pós operatório, ele ira tomar medicamentos imunossupressores que inativam os glóbulos brancos para que não ataquem o coração transplantado, e assim o transplante dará certo.
Vinicius: E a cirurgia é muito demorada ?
Doutor: É, bastante! E falando nisso, caso apareça algum coração de repente, e vocês não estejam aqui, queria que vocês assinassem um termo em que nós poderíamos começar o procedimento sem a presença de vocês, mas é claro que iriamos avisar vocês imediatamente.
Vinicius: Minha mãe está sempre aqui
Bia: É, e se não ela, eu vou estar
Doutor: Ok, é melhor assim também, porque se o paciente estiver acordado ele fica mais tranquilo sabendo da presença dos familiares.- assentimos- Bom, era só isso!
Bia: Obrigada doutor- cumprimentei-o com a mão, o Vinicius fez o mesmo e saímos do seu consultório- Vou dar uma ligadinha pra Isa- ele assentiu, fiquei fora do quarto, peguei meu celular e tinha mais chamadas perdidas dela e da Gabi, disquei o número da Isa e em dois toques ela atendeu.

-inicio-
Isa: Nossa Beatriz, ta querendo matar alguém do coração ?- ela tinha que falar isso ? Não, mas ok, ela não sabe de nada-
Bia: Desculpa, estou no hospital com meu pai
Isa: Aii desculpa amiga, como ele está ?
Bia: Tentando ficar bem
Isa: O que houve, Bia ?
Bia: Ele precisa de um transplante cardíaco- desabei nas lagrimas-
Isa: Ai juraa ? Desculpa, pelo que eu disse antes.
Bia: Tudo bem!
Isa: Bia, ele vai conseguir, ele sempre foi forte, corajoso, ele não vai desistir na primeira batalha que aparecer na vida dele, e Deus também não deixará ele desistir, você sabe disso. Deus sabe o que faz, e tenho certeza que Ele quer que o tio fique aqui na terra com a gente, pois ele ainda tem muita coisa pra viver
Bia: Eu acabei de conversar com o médico responsável pelo caso dele, e ele disse que está difícil achar um coração, e olha que o tipo sanguíneo dele é bem fácil, imagina se fosse O. Eu não sei mais o que eu faço, eu não posso fazer nada pra ajuda-lo, nada...
Isa: Você pode sim, ter fé, rezar bastante e estar ao lado dele e transmitir a sua força pra ele
Bia: Mas eu não tenho força nem pra mim, Isa!
Isa: Eu, a Gabi e a Lívia estamos transmitindo força pra você, e estamos rezando muito pro tio melhorar. Minha avó deixou uma novena aqui comigo, de Santa Rita de Cássia, a santa dos casos impossíveis, vou fazer e vou sempre pedir pela proteção do tio, ele vai ficar bem amiga
Bia: Obrigada, obrigada mesmo, não sei o que eu faria sem vocês
Isa: Eu vou falar com a minha mãe pra ela dar uma força pra tia Cecília, sei que não deve ta sendo nada fácil pra vocês
Bia: Relaxa Isa
Isa: Minha mãe vai adorar, Bia, e a Gabi acabou de falar que vai falar com a mãe dela também. Vou ver com o João se posso ir prai, e vou assim que eu puder, eu e a Lívia
Bia: Não precisa, amiga!
Isa: Eu quero, Bia
Bia: Tudo bem, vou desligar porque tenho só mais uns minutinhos de visita com o meu pai, depois tenho que voltar pra casa e tomar um banho pra voltar e ficar aqui com ele
Isa: Ok, qualquer coisa liga, dá um beijo nele, na tia e o no Vini
Bia: Ok, beijos em você na Gabi e na Lili
Isa: Beijo, fica com Deus
Bia: Você também
-término-

Falar com ela me fez um bem absurdo, sentir toda essa positividade que ela e a Gabi me transmitem, era tudo o que eu precisava, e precisava passar isso pro meu pai também, mostrar pra ele que ele consegue sair dessa, que não vai ser a primeira pedra que vai atingi-lo e que nós vamos sair dessa juntos. Voltei pro quarto e ele já estava acordado, assim que me viu percebi que ele sorriu, a máscara tampava o sorriso maravilhoso que ele tinha, mas seus olhos entregavam, coloquei minha máscara, passei álcool em gel na mão e me aproximei dele.

Bia: Oi
Dejair: Oi filha, eu estava com saudade
Bia: Eu também, pai- sorri, dei um beijo na testa dele- Como o senhor esta se sentindo ?
Dejair: Um pouco melhor que ontem
Bia: O senhor vai ficar bem, Ele lá de cima está fazendo o possível pra isso, e nós aqui embaixo também. Você é forte e vai sair dessa, e eu vou estar aqui do seu lado pra te ajudar a levantar de cabeça erguida
Dejair: Obrigada, filha. Eu preciso muito da força de vocês, porque eu mesmo não tenho nenhuma- eu também não, pai, pensei comigo-
Bia: O senhor é muito mais forte do que imagina, e com a gente aqui do seu lado, a Isa e a Gabi lá de longe te dando forças, você vai conseguir. Eu sei que vai, o senhor nunca desiste
Dejair: Desistir, nunca, esse é meu lema
Bia: Isso- sorri- Vou pra casa rapidinho mas volto pra passar a noite com você ta ?
Dejair: Não precisa, meu amor
Bia: Pai, eu já fiquei tempo demais longe do senhor, agora ta na hora, d'eu cumprir com a minha obrigação de filha
Dejair: Ok, não vou discutir, até porque vai ser ótimo ter você aqui comigo- sorri, dei um beijo nele e ele quis dar um beijo em mim também, saí do quarto com medo de ir e na hora de voltar ele não estar mais aqui comigo, no meio de nós. Afastei esse pensamento e pensei no melhor, que ele vai conseguir sair dessa, eu confio no meu pai, e acima de tudo confio no propósito de Deus. Entramos no carro e o Vini deu partida, voou pra casa, porque deixar meu pai sozinho era um absurdo pra mim, chegamos no nosso condomínio, ele estacionou na vaga dele e descemos, entramos no elevador e subimos, fui direto pro meu quarto, arrumei uma bolsa pequena com alguns pertences que eu iria precisar, separei uma roupa mais fresca e fui pro banheiro, tomei um banho rápido, porém, bem relaxante, saí enrolada na toalha e fui pro meu quarto, onde minha mãe estava-
Cecília: Não quer que fique lá ?
Bia: Não, mãe, a senhora precisa descansar, e eu quero cumprir meu papel de filha, quero ficar perto dele.
Cecília: Tudo bem, mas qualquer coisa me liga- assenti, ela me deu um beijo e saiu do quarto, vesti minha roupa bem rápido, peguei minhas coisas e sai, pedi a chave do carro do Vinicius e ele me entregou, desci pelas escadas porque o elevador estava demorando demais, entrei no carro, dei partida e arranquei pra São Paulo-

-Bia off-

Depois que falei com a Bia parece que tirei um peso das costas, estava tão preocupada com ela que tinha esquecido até do sono que eu estava, depois de falar com ela, tranquilizei a Gabi e expliquei a situação pra ela, assim como eu, ela ficou chocada, nunca pensamos que isso vá acontecer com a gente, alguém da família ou alguém próximo, e é um impacto muito grande e doloroso, imagino a dor que a Bia está sentindo, sempre foi tão apegada ao pai, e nem gosto de pensar na hipótese de como minha amiga ficaria caso algo pior venha acontecer, então vamos rezar e rezar bastante pra que isso não aconteça e que o tio Dejair fique bom logo. Fui pro meu quarto e resolvi começar a fazer a novena que minha avó me deu, peguei a vela, coloquei em um potinho e acendi a mesma, peguei a folhinha que tinha vindo junto e vi o que tinha que fazer.

Isa: Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha vós o vosso reino, assim na Terra como no Céu...- rezei o Pai Nosso e a Ave Maria com o pai da Bia na cabeça, depois teria que fazer três pedidos, um possível, um necessário e um de negócio. Fui direto para o necessário que era o que eu mais queria- Senhor, eu te peço que o pai da minha amiga melhore, que ele não parta dessa pra uma melhor, sei que se ele for, o céu estará em festa, pois ele é uma pessoa maravilhoso, mas aqui nós ficaríamos em luto. Te peço para que o senhor faça isso, não quero ver a Bia triste, e quero ver o tio Dejair bem e rindo com a gente como sempre fazia, cura ele logo, por favor! Amém- fiz mais dois pedidos e encerrei a novena, molhei meu dedo e apaguei a vela, deitei na cama e antes de dormir pedo novamente a Deus que abençoasse o pai da Bia, e depois disso acho que consegui pegar em um sono tranquilo. 

Hello girls, como vão vocês ? Espero que bem! Bom ta ai esse capítulo super trágico, mas se não tiver tragédia não sou eu né ?! Hahahahahahah mas eu prometo que não vou matar ninguém, muito menos o pai da Bia, não seria capaz disso. Espero que tenham gostado, não sei quando vou postar o próximo, porque semana que vem tem enem e e depois do enem já começam minhas provas finais e eu preciso estudar muito, porque não quero ficar de recuperação. É isso, beijinhos!
Ps: O que foi que vocês não entenderam do casamento ? Falem que ai eu explico como resposta no comentário!

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